Este subperíodo insere-se na combinação do regime militar com o "milagre brasileiro". No âmbito estadual compreende duas gestões administrativas: a do Governador Nilo Coelho, em seu último ano, e a do Governador Eraldo Gueiros Leite. Politicamente, eram governadores eleitos indiretamente para atender às exigências do governo militar.
O contexto econômico é o do crescimento do produto, resumido da seguinte forma por Mauro Ferreira Lima, em seu capítulo do livro "Ciências da Administração; leituras selecionadas" (Edições Bagaço e FCAP-UPE, 2004; organizado por Ivo Pedrosa; Adalberto Maciel Filho; e AntÕnio L. Monteiro): ... o País cresceu nesse período a taxas elevadas, partindo de 9,8% em 1968, atingindo 11,9% em 1972 e chegando a 13,9% em 1973 - maior pico nacional de crescimento...".
A gestão Nilo Coelho era apresentada como um ambiente de crescimento econômico - acompanhando o movimento da economia nacional - e de modernização administrativa. No livro "Secretaria da Fazenda; um século de história", lançado em 1991, por ocasião do centenário da Secretaria, o geógrafo Manuel Correia de Andrade afirma acerca do governador: "Desenvolveu uma dinâmica política de construção de estradas, a fim de levar o asfalto até o extremo oeste de Pernambuco, até Petrolina, sua terra natal e centro de apoio político" (p. 68-69).
Na Secretaria da Fazenda, a gestão Nilo Coelho foi marcada por transformações organizacionais tanto no aspecto da estrutura dos órgãos propriamente ditos - atribuições e hierarquias - quanto na renovação dos quadros de pessoal do fisco. Havia sido realizado concurso para "Agente Fiscal" e para "Fiscal de Mercadorias em Trânsito" e, no último ano da gestão, em 1970, foi realizado o concurso para "Técnico Fazendário", por meio do qual o autor deste trabalho ingressou na Secretaria. Era uma renovação significativa nos quadros da Secretaria.
Na segunda gestão, a de Eraldo Gueiros Leite, destaca-se a crença no então incipiente projeto de criação do Complexo Industrial-Portuário de SUAPE que, em 1975, como será visto no sub-período seguinte destes Bastidores, motivou, segundo Clóvis Cavalcanti, manifesto de objeção por parte de cientistas pernambucanos. Em trabalho retrospectivo apresentado em 2008, no Encontro da Associação Nacional de Programas de Pós-graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (ANPPAS), Clóvis, um economista ecológico pioneiro de Pernambuco, afirma: "O primeiro documento (não publicado, mas cuja cópia está em poder do autor) que caracteriza em mais detalhe o projeto do 'Complexo Portuário Industrial de Suape', como nele era chamado, é de novembro de 1974, de autoria de um consultor, o engenheiro Lafayette Prado, presidente do consórcio de empresas que, para o governo de Pernambuco, sob a chefia da empresa Transcom de consultoria, estudou a viabilidade técnico-econômica da iniciativa (contrato assinado com o órgão estadual Diper em dezembro de 1973). A ênfase que nele se dá é para o significado de Suape em termos do desenvolvimento de Pernambuco e do Nordeste, como mola indispensável da infra-estrutura para grandes saltos econômicos..."
A Secretaria da Fazenda, na gestão Gueiros, ficou sob o comando do advogado tributarista Jarbas Vasconcelos dos Reis Pereira. A gestão foi considerada de consolidação de mudanças da anterior e o estilo do Secretário diferia bastante da do empresário Osvaldo Coelho, irmão do Governador anterior. Dedicava-se mais às normas, aos processos fiscais e administrativos do que à operação da Secretaria.